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Coreólogo/Notador – uma profissão?
Autora: Ana Lígia Trindade - ligia@ulbra.br [*]

Resumo: O processo de registrar o movimento no papel não é um fenômeno novo, contudo, somente neste século a notação tem sido usada profissionalmente. Este artigo é uma análise da notação do movimento como uma carreira. Não uma carreira fácil, mas desafiadora O texto trás conceitos e definições a cerca dos termos “coreólogo” e “notador”. Abre discussão sobre a profissão e seu mercado de trabalho no Brasil e no mundo. As notações foram e vem se especializando em descrever o movimento qualitativamente e quantitativamente, dissecando-o em elementos que formam o alfabeto corporal. O estudo deste material vem ganhando grande confiabilidade nas produções de dança no mundo. Conhece-las e eventualmente especializar-se como um coreólogo/notador é mais uma opção no campo profissional da área, que tem sido adotado nas grandes e renomadas companhias de dança.

Palavras-chave:  Dança, notação do movimento, coreólogo, notador, profissão.

Abstract: The process to register the movement on the paper is not a new phenomenon, however, only in this century the notation has  been used professionally. This article is an analysis of the notation of the movement as a career. Not an easy, but challenging career. The text brings concepts and definitions about the terms “choreologist” and “notator”. It opens quarrel on the profession and its work space in Brazil and the world. Notations had been and come gradually specialized in describe movement both in its quality and quantity, breaking movement into elements that form the body alphabet. Studies on this subject are gaining more and more space in dance productions all over the world. To know them and, eventually, to specialize as a choreologist/notator, is a professional option in the field; all the great and renowned dance companies count on notators.

Key Words: Dance, movement notation, choreologist, notator, profession.

Introdução

O processo de registrar o movimento no papel não é um fenômeno novo. Segundo Archbutt (2005), Ann Hutchinson Guest indica em seu livro, um grande número de sistemas que emergiram em anos recentes. A Sra. Guest investigou a maioria dos sistemas, embora ela mesma fosse uma firme adepta da Labanotation. Entre os meios mais antigos de notação está o sistema de Feuillet, utilizado na época de Beauchamp e de Stepanov, que foi usado na Rússia. A autora explica que, até o sistema de Laban, todos os registros eram escritos do ponto de vista das audiências e não como experimentadas pelos bailarinos. Era como se os bailarinos não estivessem envolvidos na cena, mas somente aqueles que prestam atenção á eles. Laban centrou seu sistema no bailarino de modo que na contagem do movimento todas os registros fossem escritos do ponto de vista da dança. Vários coreógrafos criaram seus próprios registros (notação) incluindo Eugene Loring e Alwin Nikolais. Entretanto, eram estritamente para seu uso pessoal.

Contudo a imensa importância de sistemas de notação padronizados e universais é admitida por profissionais da dança desde Feuillet.

Quanto a Nijinski, por exemplo, uma carta endereçada ao compositor Reynaldo Hahn atesta explicitamente o interesse que ele tinha pela transcrição de suas obras: “Eu trabalho, eu componho novas obras e aperfeiçôo o sistema de anotação da dança que eu inventei nesses últimos anos. (…) Essa anotação é indispensável para o desenvolvimento da arte da dança. É um meio simples e lógico de escrever os movimentos. Em uma palavra, esse sistema para os artistas da dança, prestará o mesmo serviço que as notas musicais para os músicos”. (WAVELET, 2003, p. 11)

Bejart também já declarou sobre a obra dele mesmo: "... que entrem os coreólogos, os remontadores, que se filmem ensaios e espetáculos. Eu desejo, de toda maneira, que minhas criações sejam mantidas pelos bailarinos que trabalharam comigo e assim sucessivamente". (CAMINADA, 2001)

Para Saporta (2002, apud BONILLA, 2007), assim como para muitos coreógrafos contemporâneos, é difícil apoiar-se em alguns sistemas conhecidos de notação do movimento. Cada coreógrafo possui uma maneira própria de anotar suas obras: na memória, em cadernos, em esquemas, em cartões; para isso, servem-se de sistemas de escritura (Labanotação, Benesch, etc.), ou hieróglifos diversos.

Assim mesmo, a intermedialidade é um dos meios (talvez o mais teorizado e praticado ultimamente) de se anotar e analisar um espetáculo. Refere-se á participação da tecnologia na captura e registro do material, improvisações, pesquisa de trabalho dos bailarinos durante (inclusive já concluído) o processo de montagem coreográfica.

É oportuno assinalar que não faltam instrumentos de investigação,  “mas nenhum é universal, e nada se faz automaticamente, sejam quais forem os instrumentos utilizados: portanto, evitaremos cair na ilusão tecnológica que nos faria acreditar que a máquina acabaria por anotar e explicar tudo”.  (PAVIS, 2000, p. 63)

Somente neste século a notação tem sido usada profissionalmente. Sistemas válidos e complexos, cada um com um papel no jogo da notação do movimento. O crescimento na notação demonstra a necessidade de registro do movimento. Algumas línguas faladas estão morrendo no mundo por falta de uso, e, com elas, partes preciosas de determinadas culturas estão sendo perdidas. Uma língua nova enfrenta algo de um esforço em tornar-se estabelecida, mas, naturalmente, a beleza das estruturas das notações existentes transcende a língua verbal. Para assegurar a sobrevivência de uma língua tão nova quanto esta, necessita ser incentivada e estimulada. Como com qualquer coisa, grande compromisso e esforço serão requeridos, antes que se transforme parte de nossas vidas.

Notador ou Coreólogo?

Analisemos a notação do movimento como uma carreira. Não uma carreira fácil, mas desafiadora. Primeiramente que título deveria ter este profissional? Notador? Coreólogo?

Encontramos, na vasta bibliografia estrangeira, os dois termos: “notator” (notador) e “choreologist “ (coreólogo/coreologista). Aparentemente, analisando estas bibliografias, se conclui que a literatura referente à Benesh utilizam o termo “choreologist” (coreologista ou coreólogo) para o profissional anotador do movimento. Muito provavelmente porque Rudolf e Joan Benesh inventaram o termo “choreology” (coreologia) para descrever o estudo estético e científico de todos os formulários do movimento humano pela notação do movimento em 1955. No entanto, Coreologia vem ser hoje “uma especialização da dança que registra, através de sinais gráficos colocados nas partituras musicais, todos os detalhes de uma criação coreográfica”. (CAMINADA, 2001)

Wilmer e Corsino (2006) comentam que Benesh Movement Notation é uma escrita da dança, ou coreologia, que representa graficamente o corpo do bailarino ou bailarina dentro de uma pauta de cinco linhas, passando pelo topo da cabeça, pelos ombros, pela cintura, pelos joelhos e ao nível do chão. Nesta pauta, anota-se com sinais e traços a posição e o movimento da cabeça, dos braços e mãos, e das pernas e pés do dançarino.

Já as literaturas referentes á Laban costumam utilizar o termo “notator” (notador) para os profissionais anotadores do movimento e o termo “choreology” (coreologia) para uma atividade bem mais abrangente, como foi originalmente definido por Benesh, de análise científica, estética e estudo das qualidades do movimento.

Uma das inúmeras disciplinas fundadas para a educação do movimento do ator-dançarino é a Coreologia, o estudo das "Qualidades do Movimento" feito por Rudolf von Laban. Os princípios do movimento conceituados por Laban (o quadro de esforços estabelecido pelas variáveis de peso, espaço, tempo e fluência) são utilizados para codificar essas transcrições; dinâmicas das partículas em movimentos corporais planejados, que podem ser apreendidos e repetidos como uma seqüência. (LOPES; ANDRADE; CABRERA et al., 1999, p. 6)

Silva (1996) diz que Coreologia é o estudo das relações espaciais do movimento humano no qual identifica-se uma possível sintaxe do alfabeto corporal proposto por Laban.

Coreologia significa o estudo da dança ou ciência da dança (MARQUES, 1991). Ela compreende o estudo dos elementos estruturais da dança, ou seja, da “[...] ordem oculta da dança [...]”, de seu código (HODGSON; PRESTON-DUNLOP, apud MARQUES, 2001, p. 72). Portanto, não se trata apenas do estudo do movimento, mas inclui a relação com o dançarino, o som e o espaço geral, considerados como as macro-estruturas da dança (DONALDSON, 1994 apud CAMPEIZ, 2003).

Nos parece, portanto, que a notação coreográfica como simples registro de símbolos em uma pauta, ou seja, uma representação gráfica dos movimentos, faz parte de algo maior que se trata da Coreologia, esta significando o estudo científico, estético, de qualidade e relações espaciais do movimento. Assim sendo, respondendo a questão inicial de titulação do profissional, concluímos: todo o Coreólogo é um Notador, porém, nem todo o Notador é um Coreólogo. Seria isso possível?

Analisemos os profissionais de formação e experiência nesta área no mundo e no Brasil.

Profissão Coreólogo/Notador

Sandra Aberkalns (1996) conta que aos 15 anos de idade foi á França estudar dança no Danse Internacional Center de Rosella Hightower, um conservatório com treinamento que inclui no estudo acadêmico, além de uma variedade de dança, outras disciplinas. Aprendeu então que havia uma maneira de escrever a dança, mas mesmo que esta técnica, sabida como notação da dança, a tivesse estimulando intelectualmente, ela conta que estava indo ser uma bailarina e não teve conseqüentemente nenhum interesse sério na notação naquele momento. Contudo, mais tarde, durante um ensaio, acabou comprimindo um nervo em sua coluna vertebral. As dores a impediram de continuar sua carreira como bailarina. Ela conta:

Então eu recordei aquelas lições informais de notação no Centro de Dança Internacional e soube que eu tinha encontrado meu nicho. Estava aqui uma maneira de continuar a ser parte do mundo da dança. (...) Eu ainda estaria trabalhando com os profissionais no ambiente que era meu segundo repouso - o estúdio. Se eu prestasse atenção no trabalho que eu tinha ajudado a realizar ou na notação registrada, o aplauso no fim do desempenho seria tão gratificante como seria se eu estivesse no palco sob a luz dos refletores. (ABERKALNS, 1996, p. 2)

Hoje ela (Figura 1) já transcreveu danças de David Parsons, de Alwin Nikolais, de Martha Clarke e de Alvin Ailey. Trabalhou com o Joffrey Ballet e com o American Ballet Theatre. E, segundo ela, “quando a audiência aplaude, eu sei que eu fui uma parte importante do que está sendo apreciado” (ABERKALNS, 1996, p.2).

Choreologist Photo 1

Choreologist Photo 3

Fig.1. Sandra Aberkalns, trabalhando com uma contagem criada por uma outra coreóloga, Elizabeth Sullivan, para a premier nacional inglesa da ópera da produção de Minghella. Fonte: ABERKALNS, Sandra.  What I do: the choreologist.

Ela descreve os desafios e as recompensas da transcrição da dança como uma carreira:

Ser um notador é ter uma carreira desafiadora e emocionante. Registrar um trabalho para uma companhia, com autoridade e habilidade de um conhecimento seguro do movimento, não somente para demonstrar a coreografia, mas também para dar forma ao desempenho com estilo e para refletir a intenção original do coreógrafo. Ao registrar um trabalho você o transforma em parte da história de uma maneira original. Você se transforma na ligação entre o coreógrafo e as gerações do futuro, permitindo que os bailarinos futuros recriem os trabalhos, permitindo a analise o gênio de alguns dos maiores coreógrafos do nosso tempo. (ABERKALNS, 1996, p. 4)

Muitas das companhias de ballet do mundo se beneficiam do uso de um coreólogo/notador na remontagem de um trabalho que está sendo adicionado a seu repertório.

Lloyd-Jones (1997, p. 4) esclarece que “infelizmente, mesmo em uma companhia com uma tradição longa de notadores, como coreólogo remunerado da companhia, pode-se encontrar bailarinos e diretores que têm somente uma idéia muito rudimentar de o que faz um coreólogo e de o que envolve o processo de notação”.

A posição dos notadores em uma companhia é limitada muito raramente apenas ao registro do repertório.  Freqüentemente são requeridos para participarem e atuarem nos ensaios gerais (Figura 2) e podem ser convidados para reconstrução de trabalhos para outras companhias.

Vejamos o papel do notador na criação de um trabalho coreográfico.  Durante o período da criação, o notador é mais do que apenas um escrevente.  Está lá para fornecer a sustentação ao coreógrafo em qual capacidade pode ser requerida.  O notador pode ser de benefício ao coreógrafo mesmo antes que os ensaios com o corpo de baile comecem.  Se o coreógrafo desejar, o notador pode registrar seqüências de movimentos criados pelo coreógrafo ou, talvez, anotar apenas padrões e trajetos da movimentação. Isto, naturalmente, dependeria do processo de criação do coreógrafo - se costuma estruturar o trabalho antes que os ensaios comecem ou se prefere criar espontaneamente.

Fig.2. Jurg Lanzrein [fundo] memorizou as etapas a um ballet de Stravisnky que Balanchine ensinou a Jean-Pierre Bonnefous e a Karin von Aroldingen. Mais tarde, Jurg, traduzirá os movimentos sobre ao papel. Fonte: HOLDEN, R.

Uma vez que o período da criação é encaminhado, o notador pode ser necessário para esclarecer os movimentos e as contagens já ajustados, ajudando, desta forma, na memória do coreógrafo permitindo-lhe que se concentre mais no processo de criação.  Freqüentemente os coreógrafos criam movendo-se espontaneamente e encontram, às vezes, dificuldade para analisar os movimentos mesmo imediatamente depois do evento.  Desta forma, o notador pode ser inestimável - o olho observador que captura e que grava os movimentos espontâneos que, de outra maneira poderiam ser perdidos.  Freqüentemente o coreógrafo se torna absorvido totalmente no processo criativo que esquece do esclarecimento dos detalhes até que o trabalho inteiro esteja criado.  Ao ver a seqüência criada, ele pode ficar concernido no estilo e na estrutura dos movimentos, mais que nos detalhes específicos.  O notador, entretanto, é um constante observador do detalhe e certamente identificará discrepâncias entre os bailarinos. Estes podem então ser corrigidos á parte em um período ao final do ensaio, enquanto o trabalho progride, conservando um tempo precioso e talvez e mais importante, corrigindo os bailarinos em um estágio antes que e memória do movimento se torne arraigada.  O notador é solicitado também para recuperar uma versão mais antiga da seqüência do movimento, um momento que podem ter sido rejeitado por alguma razão, mas que o coreógrafo decide restabelecer.  O notador pode também ser de grande auxílio nos ensaios conduzidos com um pianista.  Ele geralmente terá uma contagem da música a consultar e pode assim fornecer uma ligação importante entre o coreógrafo, o bailarino e o músico.

Com uma cópia terminada do trabalho, o notador produz uma contagem mestra assegurando-se de que as notas feitas durante o exame dos ensaios estejam postas em um formulário que seja acessível por outros coreólogos para finalidades subseqüentes de ensaio, reposição e que forneça um registro completo e exato do trabalho coreográfico para finalidades da preservação.

Como mencionado acima, um coreólogo também pode assumir o papel de repositor de uma obra coreográfica.  Na maioria de casos, o notador é chamado para atuar nesta capacidade quando ele mesmo escreveu a contagem do movimento.  Entretanto, as circunstâncias individuais variam extremamente.  Em muitas ocasiões, o notador é pedido para interpretar a contagem de uma outra pessoa e este acontece particularmente quando o notador construiu um relacionamento próximo com o coreógrafo. Antes que a reposição real comece, o notador deve primeiramente assegurar-se de que todas as permissões necessárias estejam obtidas para o uso da contagem isto é do suporte da versão do coreógrafo, proprietário da contagem.

O processo da reposição é um esforço de colaboração entre o coreógrafo e o notador.  O coreógrafo pode permanecer presente durante o período inteiro da reposição ou pode somente estar no período inicial da montagem e, então, talvez, para os ensaios do estágio final que conduzem a estréia.  Isto varia extremamente, naturalmente de acordo com o estilo de trabalho do coreógrafo e de seus muitos compromissos.  Geralmente o coreógrafo depende inteiramente do notador para ajustar o trabalho, somente aparecendo para o estágio final dos ensaios e naturalmente há os repositores de trabalhos criados por coreógrafos já falecidos, por exemplo, Cranko, e mais recentemente, MacMillan.

MacMillan foi presidente do Instituto de Benesh e seu compromisso à notação de Benesh fez com que este sistema se tornasse o mais utilizado pelas principais companhias e se tornasse mundialmente famoso. Existem umas setenta e nove contagens de seus trabalhos. “Eu fico espantado quando meus ballets são recriados sem que eu precise estar presente” disse MacMillan (LLOYD-JONES, 1997, p. 3).

Entretanto, Benesh não é o único curso de coreologia. Mais longo e mais específico, segundo Caminada (2001), é o labanotation, genial criação de Rudolf Laban, cujos centros mais famosos de ensino do método ficam em Londres e Nova York. Contudo, a exigência dos criadores quanto à presença obrigatória de coreólogos nos ensaios dos ballets que compõem o seu acervo não é só de ingleses e norte-americanos, mas de alemães, franceses e também de brasileiros - é do mundo inteiro!

No Brasil, Emílio Martins (Figura 3) é o único coreólogo (ou notador?) devidamente credenciado para remontar, por exemplo, "La Fille mal Gardée" de Frederick Ashton. Esse reconhecimento custou-lhe, além dos trinta anos de bailarino do Municipal do Rio, entre outras companhias importantes, mais os três anos necessários para tirar o diploma do curso de coreologia do Benesh Notation de Londres.

Convidado por Alexander Grant, tutor do ballet "La Fille Mal Gardée" de Sir Frederick Ashton, para ser o coreólogo remontador deste ballet. Emilio Martins já exerceu esta sua nova função com o Ballet Estable del Teatro Colón, Buenos Aires, Argentina; no The New Zealand Royal Ballet em Wellington, Nova Zelândia; no Ballet del Teatro dell’Opera di Roma, na Itália (por 2 vezes) e novamente para o Ballet Estable del Teatro Colón em 1999. No ano 2000 esteve remontando junto ao Hong Kong Ballet, em Hong Kong, em novembro de 2001 foi para Moscou remontar a obra para o Ballet Bolshoi, onde o sucesso foi além da expectativa.

Fig.3. Emílio Martins, Coreólogo brasileiro. Fonte: Uma vida dedicada à dança.

Em 2004 foi para Houston, nos EUA, fazer a montagem para o Houston Ballet, e neste mesmo ano faz a montagem para o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Em 2005 vai para a Filadelfia, EUA, fazer a montagem para o Pennsylvania Ballet, e novamente para o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, devido ao grande sucesso do ano anterior.. Neste mesmo ano, a convite de Nina Ananiashvili, foi para Tbilisi, capital da Georgia, montar o ballet para o Georgian State Ballet, com grande sucesso.

Com todo o esforço que envolve uma notação coreográfica, o coreógrafo, ou uma companhia, pode conservar o coreólogo por uma quantidade de tempo enorme. Os sistemas de notação protegem nossa herança e trabalhos novos para as gerações futuras, e, também muito importante, economiza tempo e dinheiro montado ballets de forma rápida, e eficiente.

Estão aqui listadas as possibilidades de atividade e responsabilidades profissionais dos notadores no que diz respeito aos coreógrafos e às companhias da dança e quanto à preservação dos trabalhos, mas e no que diz respeito á sua responsabilidade com outros usuários da notação?  O valor profissional dos formulários de notação (Figura 4), enquanto uma língua universal e eficiente está na consistência do uso.  Todos os coreólogos devem conseqüentemente respeitar o copyright que existe em cada sistema de notação de movimento e trabalhar dentro das regras existentes da língua de modo que a simbologia remanesça como meios de uma comunicação viável.  Isto não significa, entretanto que o desenvolvimento da língua cesse - ao contrário.  Notadores devem ser responsáveis para trazer todas as dificuldades à atenção dos grupos consultivos técnicos dos institutos, que supervisionam o desenvolvimento dos sistemas, de modo que a notação possa continuamente se tornar apta a acomodar complexidades dos trabalhos e acompanhar mudanças em estilos coreográficos.

Fig.4. Formulário de Notação (Benesh) do Movimento. Fonte: HOLDEN, R. Dancing on a Greyhound Bus: Richard Holden Autobiography.

Importante lembrar que não é apenas a área da dança que utiliza a notação. Muitas pessoas não compreendem que este sistema não está em nenhuma maneira limitada ao ballet ou à tecnologia do ballet. Os bailarinos perguntam freqüentemente como é possível descrever o trabalho de coreógrafos contemporâneos, não clássicos, porque não há nenhum vocabulário para eles, nenhuns glissades ou arabesques. Você somente tem que olhar seus outros usos, ver que estes formulários de notação podem descrever o corpo, a relação com seus membros e onde está no espaço.

A notação tem grande valor na área médica. Conforme Archbutt (2005), Ann Hutchinson Guest afirma que o trabalho de Julia McGuinness é gravar para registros clínicos na notação de Benesh, as posturas de exame e os testes padrões do movimento antes ou depois de um tratamento. Este tipo de trabalho emergiu e se desenvolveu nos EUA com Irmgard Bartenieff, fundador do Instituto Laban-Bartenieff de estudos do movimento. O sucesso de seu trabalho no hospital, com vítimas da poliomielite, foi devido à sua habilidade com o uso de imagens, incentivando os pacientes a experimentar as formas espaciais e as qualidades dinâmicas de movimento em seus exercícios. Combinando seus conhecimentos de Laban e experiência médica, Bartenieff desenvolveu uma série de movimentos arranjados em seqüências, originalmente chamadas “corretivas” e fundamentos que incorporaram seus ensinos e com os quais, todos os bailarinos, atletas, etc. podem ganhar uma melhor coordenação e eficiência de movimentos.

Os fisioterapeutas usam-no para manter registros clínicos - para gravar a marcha (modo de andar) e a postura, para ajudá-los na análise das posturas e das funções, e para transmitir a manipulação de procedimentos em técnicas terapêuticas. Notações são utilizadas em estudos antropológicos para gravar e analisar o formulário, a estrutura, e o índice sócio-cultural de uma dança. A flexibilidade dos sistemas permite que os antropólogos gravem tanta informação quanto é requerido. É possível gravar a posição exata de cada dedo, se for relevante, ou somente a posição e sentido geral da mão.

A notação foi também utilizada para ensinar crianças surdas. Uma vez que foram ensinadas na notação e poderiam ler os símbolos, as crianças poderiam criar movimentos dentro destes para comunicação.

Sutton SignWriting (ou SignWriting), por exemplo, foi criado em 1974 por Valerie Sutton e utiliza símbolos visuais para representar os sinais manuais, os movimentos, e as expressões faciais de línguas de sinais utilizados pelos surdos-mudos. SignWriting é baseado em Sutton DanceWriting, um sistema da notação desenvolvido por Valerie Sutton em 1972.

SignWriting é um “alfabeto-movimento-escrita”, que pode ser usado para escrever todo o tipo de linguagem de sinais. SignWriting pode ser usado para escrever a língua americana do sinal (ASL), a língua britânica do sinal (BSL) ou a toda a outra variedade da língua do sinal. É usado também para ensinar sinais e a gramática utilizada nesta linguagem (SUTTON, 2004).

Perfil Profissional

Citando a Sra. Guest (apud ARCHBUTT, 2005): “Que tipo de perfil tem um bom “notador”? Obviamente deve ter um bom olho para observar o movimento, a habilidade de análise e, também, ter decisões rápidas é essencial. Mas a mesma pessoa deve também realizar a tarefa com esmero e o registro deve ser cheio de detalhes e, mais tarde, deve verificar o trabalho, e prepará-lo para a cópia final - o lado mais menos glamuroso do trabalho, que requer  imensa paciência e concentração. As recompensas deste trabalho vêm quando a contagem é posta em uso e provada pelos profissionais de criação e desempenho.

É também importante mencionar que aprender a notação cria um conhecimento inestimável, habilidade, clareza e disciplina. No mundo todo, os coreólogos são agora diretores de ensaios, mestres de ballet, reprodutores, assistentes, professores e administradores das artes.

Poderia se imaginar quanto mais eficiente seria se os bailarinos fossem tão letrados na leitura da contagem quanto músicos o são? Talvez não seria muito eficaz para que os bailarinos aprendam seus papéis, mas poderiam ler sobre as contagens, refrescar suas memórias, e esclarecer quaisquer perguntas, ou poderiam estudar seus papéis e mesmo treinar enquanto viajam em um coletivo.

Caminada (2001) frisa que além desse conhecimento, necessário hoje para todas as montagens e remontagens de danças, não há como abrir mão da memória e da experiência vivida no corpo do próprio repositor, seja ele coreólogo ou não. A dança é uma arte complexa, não é por casualidade que os sistemas de notação coreográficos levaram séculos para serem elaborados de forma eficiente. Quem dança está envolvido com o tempo e com o espaço e é preciso que isto esteja bem claro na cabeça de todos nós. De nada adianta conhecer os passos se não se tem a menor idéia de como ocupar o espaço cênico. Igualmente é preciso que compreendamos a contagem musical, o sentido da composição musical dentro da composição de dança. Remontar Balanchine, por exemplo, sem a mais absoluta musicalidade e respeito à importância da música nas suas obras, é destruí-las. (CAMINADA, 2001)

A coreologia possibilita uma educação harmônica e integrada do indivíduo que o torna capaz de fazer, compor, entender e apreciar a dança dentro de uma perspectiva crítica. (MARQUES, 1991)

Tecnologia e Coreologia: O futuro

Nesta época de tecnologia, nós somos forçados aos resultados imediatos. Da operação bancária imediata à sopa instantânea, o conceito que o “tempo é dinheiro” nos afasta das atividades que exigem meticulosidade e investimento de longo tempo. Nós somos forçados a pressionar teclas. Pela comparação, a notação parece arcaica. É um processo lento, laborioso.

Um estudo conduzido pelo Instituto Benesh mostrou que um coreólogo - dos ensaios iniciais à contagem mestra escrita do final - terá dedicado oito a doze horas para cada minuto da coreografia.

Cada coreólogo, segundo Lloyd-Jones (1997), sonha com um programa de computador que poderia interpretar e fazer uma varredura, dentro de notação escrita à mão, e produzir uma contagem mestra que poderia então ser corrigida e editada onde necessário, completando com as figuras animadas de computador para verificar a exatidão.

Desde Beamen e Vasser, softwares são desenvolvidos para várias funções tais como: a notação e composição coreográfica, pesquisa, análise, criação e captura de movimento, programas para auxílio educacional e ambientes de computação para a interferência em tempo real. No campo da tecnologia da dança há quatro áreas de pesquisa e de desenvolvimento da notação da dança:

·   notação que edita o software para a criação de contagens impressas da notação

·   versões legíveis por máquina, de notação existente da dança

·   notação escrita à mão e/ou legível por máquina da dança para animação de computador e o uso humano

·   notação específica do movimento tal como dados da captação do movimento

O primeiro sistema computadorizado de notação, que mostra uma figura animada na tela que executa movimentos de dança especificados pelo coreógrafo, era o sistema da notação da dança de DOM, criado por Eddie Dombrower para computador pessoal Apple II, em 1982. Eddie Dombrower é um desenhista, programador e produtor americano de jogos de computador. É reconhecido por projetar o primeiro software de computador da notação da dança, DOM.  Dombrower estudou dança e matemática na faculdade de Pomona em Claremont, Califórnia. Depois de sua graduação ele encontra a frustração de reconhecer que a tecnologia nova dos microcomputadores não havia resolvido um problema antigo dos coreógrafos: gravar seus trabalhos em formulário escrito. Criou o sistema de DOM, que permitiu que os coreógrafos usassem um sistema simples dos códigos para incorporar seu trabalho. Os movimentos resultantes da dança foram executados então por uma figura na tela.

O EW Notator é um software (Windows) com base no EW (Notação do movimento de Eshkol-Wachman) desenvolvido por Henner Drewes.

Mas um dos softwares mais conhecidos de notação coreográfica da atualidade é o Benesh Editor, conhecido como MacBenesh, um dos aplicativos para a criação e edição das representações da Benesh Movement Notation. Desenvolvido entre 1981 e 1990, na University of Waterloo, Toronto, Canadá, pelo Dr. John Beatty, professor da disciplina de computação gráfica do departamento de Ciências da Computação, e por Rhonda Ryman, do Departamento de Dança.

LabanWriter é a versão digital de outro sistema tradicional de notação. Baseado no Labanotation , este software foi desenvolvido na Ohio State University, Estados Unidos.

O MacBenesh e o LabanWriter, mesmo com as possibilidades ganhas com o computador, sofrem restrições em seu uso, já que, para utiliza-los, torna-se necessário possuir conhecimento destas formas de notação, ou seja, é preciso saber decodifica-los para obter o entendimento (problema comum encontrado nos projetos que incluem notação de dança). Na maior parte das vezes, apenas um coreologista, ou seja, um especialista no estudo de notação coreográfica, é que está apto a utilizar estes softwares.

É fácil verificar, portanto, porque, em curto prazo, o vídeo pode parecer muito atraente - dá a informação áudio e visual imediata de que todos podem compartilhar. E em curto prazo é extremamente útil a todos os interessados, inclusive o coreólogo. Mas o tempo de vida de um videocassete é limitado (aproximadamente sete anos), e a tecnologia está mudando tão rapidamente que o equipamento e as fitas se tornam obsoletos. Um videocassete captura um desempenho que é conseguido na ocasião, mas não necessariamente o que foi pretendido pelo coreógrafo. Uma fita de vídeo é freqüentemente danificada, vezes a gravação é demasiado escura, vezes demasiado clara, ou muito distante da cena ou muito próximo dela.

Uma boa contagem, entretanto, dir-lhe-á todas as entradas e saídas de toda a coreografia como se pretendia originalmente, as contagens do coreógrafo, as sugestões musicais, e os detalhes do gesto e da ação. E, se mantido em circunstâncias de arquivo especiais, sem barrar em imprevistos desastres - resistirá por um tempo muito longo.

O vídeo é extremamente útil como uma introdução inicial aos bailarinos - dar uma idéia geral das etapas, de relacionamentos, de uso do espaço, e de estilo do movimento.  Mas tem limitações sérias.  O vídeo omite a informação importante através dos movimentos que estão sendo mascarados por trajes, luzes, cenários ou outros corpos.  O vídeo converte um evento tridimensional em uma imagem bidimensional que introduza inevitáveis erros de percepção.  O sincronismo não está sempre desobstruído e as contagens são inexistentes.  Falta no vídeo a exatidão, e os bailarinos podem fazer os erros que não são capturados na película.  Quase sempre as entradas são obscurecidas.  Nós não podemos ver a intenção no vídeo.  Ao criar a coreografia, um interesse preliminar está atrás do movimento - o propósito e a motivação.  O vídeo grava também cada posição somente em um único sentido.  Se nós virmos o movimento somente uma vez, nós não podemos diferenciar o erro da intenção.  Naturalmente, isto pode ser superado a um determinado grau com referência a diversos vídeos do mesmo trabalho embora isto seja extremamente difícil de conseguir.  O vídeo não distingue o trabalho do desempenho - apenas mostra como um bailarino dançou em uma ocasião particular.  Nós somos limitados por uma interpretação da dança, mas seríamos se tivéssemos a descrição original do trabalho? 

As habilidades de observação do notador durante o período de criação não podem, em termos práticos, serem substituídas com uma gravação do trabalho no vídeo.  O vídeo raramente foi utilizado com a finalidade de criação.  A gravação apresentaria a interpretação do bailarino individual e não a intenção do coreógrafo.  Além disto, observar uma gravação para o esclarecimento dos detalhes consumiria muito tempo e romperia o fluxo do ensaio. 

Durante o estágio final dos ensaios técnicos, o notador começa a adicionar detalhes de sugestões de iluminação e do som, de trajes, de cenário, de posições e contagem.  Durante este período, o notador é solicitado para ensaiar os bailarinos depois que a criação está completa a fim de liberar o coreógrafo de se envolver com problemas técnicos.

Considerações Finais

As notações são registros escritos que se propõem a registrar os movimentos em seus detalhes, assim como a pauta e os sinais musicais registram a música. São métodos para anotar movimento humano meticulosamente, da impressão geral à sutileza da mudança de momento a momento.

O problema com todos os sistemas de notação da dança é que poucos coreógrafos, e mesmo poucos bailarinos, são “letrados” neles. Como praticado atualmente, a notação da dança é usada na maior parte somente para a gravação, do que para a criação ou o aprendizado, das danças. Dado o método atual de criar no estúdio, é impossível para um coreógrafo fazer um exame do trabalho completo (em sua totalidade); é difícil para o compositor (coreólogo) fazer mudanças ou experimentar, porque o coreógrafo é limitado pelo período de hora relativamente curto reservado para ensaio e por considerações práticas tais como a disponibilidade e a fadiga dos bailarinos.

Entretanto as notações foram e vem se especializando em descrever o movimento qualitativamente e quantitativamente, dissecando-o em elementos que formam o alfabeto corporal. Para Trindade e Valle (2007), o estudo deste material vem ganhando grande confiabilidade nas produções de dança no mundo. “Conhece-las e eventualmente especializar-se como um notador é mais uma opção no campo profissional da área, que tem sido adotado nas grandes e renomadas companhias de dança”. (TRINDADE; VALLE, 2007, p. 16)

Atualmente, há mais trabalho disponível do que há notadores. O potencial de crescimento é grande tanto na instrução quanto na arena profissional. Com um pouco de imaginação e de incentivo, uma pessoa pode ir longe neste campo. Se, por exemplo, existisse o interesse em computadores, poderia ser criada uma geração de software de notação que registraria, não apenas para a área da dança, mas também adaptações para ser usada especificamente no contexto da antropologia ou da terapia física. Planejar o futuro é crucial pois, mesmo sob a melhor das circunstâncias, a vida do “bailarino-executante” é muito curta.

Nestas épocas financeiras difíceis, a notação da dança não estaria sobrevivendo se não tivesse um lugar válido no mundo da dança. A preservação, a documentação e a transmissão da herança da dança estão tornando-se mais e mais vitais. A dança se move rapidamente para o século XXI, e os legados de algumas companhias estão se tornando cada vez mais desobstruídos, cientes da necessidade de documentar e preservar seu passado, para assim, estarem conectadas intimamente ao seu futuro.

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Notas:

[*] Bibliotecária formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, atuando na Biblioteca Martinho Lutero da Universidade Luterana do Brasil (Canoas-RS). Pós-graduanda do Curso de Dança da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Bailarina, coreógrafa e professora de Dança Clássica na cidade de Canoas e Gravataí-RS. Endereço: Rua Rui Barbosa, 109-Fátima-Canoas-RS / ligia@ulbra.br / altrin@bol.com.br / 99624648.

 

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