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Criando setups de softwares para Educação Musical
Autor:
Éliton Pereira [1] - elitonpereira@gmail.com

Resumo: Esta comunicação relata parte do resultado de uma pesquisa de mestrado que analisa a interferência do uso das novas tecnologias no ensino musical na escolar de ensino básico. Verificou-se a funcionalidade do uso de softwares no processo educativo musical nos âmbitos sociais, pedagógicos e cognitivos. Antes de mostrar o processo de criação de setup de softwares para educação musical, apresentamos uma contextualização e conceitualização da Informática-Educativa-Musical por meio de estudos envolvendo os conceitos fundamentais da Pedagogia Musical, da relação entre Música e Novas Tecnologias e entre Educação Escolar e Informática.

Palavras-chave: Educação musical, Softwares, desenvolvimento cognitivo musical.

Abstract: This communication tells part of a master research product that analyzes the interference of the new technologies use to musical education in school. It was verified functionality of the use of software in the musical educative process in the social, pedagogical and cognitive aspects. Before presenting the process of creation of software’s setup for musical education, we present a contextualization and conceptualization of Musical-Educative-Computer Science by means of studies involving the basic concepts of the Musical Pedagogy, of the relation between Music and New Technologies, and between School Education and Computer science.

Keywords: Music Education, Software, musical cognitive development.

Educação Musical: novos contextos, demandas e processos

Atualmente a obrigatoriedade da disciplina Arte[2] no ensino básico não tem garantido acesso a materiais didáticos e recursos necessários para por em prática a relação aluno versus conhecimento artístico. Esta realidade torna-se mais difícil quando se pensa em ensinar música, já que os Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1997a, p. 47) esclarecem que o professor licenciado nesta habilitação deve ter este conteúdo específico como principal articulador das propostas de ensino em sua atuação em sala de aula.

Nesse sentido, ao refletir sobre quais seriam os resultados almejados pelo ensino de música na atualidade e quais os objetivos do ensino musical voltado para o contexto escolar, conclui-se que há uma necessidade de se dar maior atenção para a relação que se estabelece entre a educação musical e a contextualização social/tecnológico-cultural.

Objetivando encontrar recursos para a atuação do professor de música em sala de aula, que sejam mais contextuais às novas realidades da era digital, propomos realizar um estudo sobre o uso de softwares nas situações de aprendizagem musical.

Propomos um experimento junto aos discentes de uma escola da rede estadual de Goiânia/Goiás, escolhendo para tal estudo, um contexto que se concretiza nas escolas: os laboratórios de informática instalados por meio do Programa Nacional de Informática Educativa – PROINFO e pelo programa CYBER (da Secretaria de Educação do Estado de Goiás). Estes espaços contêm equipamentos próximos à realidade dos alunos, tais como computadores, aportes de multimídia e softwares musicais. Esses recursos oferecem novas maneiras de aprender música e compreender a estrutura musical. Tais equipamentos possibilitam manipular os sons, as figuras musicais e os arquivos sonoros em geral. O que pode interferir positivamente no processo de desenvolvimento da escuta e compreensão musical pelos discentes.

Tendo esta hipótese confirmada no decorrer do trabalho docente, a inquietação para a sistematização desta estratégia de ensino gerou uma pesquisa de mestrado (Pereira, 2006a). As conseqüências desta pesquisa têm sido positivas, tanto para os alunos como, para os professores educadores musicais que procuram formas mais atualizadas para sua práxis pedagógica (Pereira, 2006b).

Nesse sentido, acreditamos ser imprescindível que o educador musical aproveite equipamentos, aportes multimidiáticos e softwares musicais, disponibilizados no mercado e de possível utilização nos laboratórios escolares. Acredita-se que, além de oferecer novas maneiras de aprendizagem e fruição musical, estes aportes tecnológicos fazem jus aos pressupostos da musicalização defendida pela pedagogia musical contemporânea.

Na pesquisa, optamos por analisar a construção de conceitos musicais específicos como: altura, duração, intensidade, timbre e forma musical, de acordo com os estudos pioneiros em cognição musical de Beyer (1995) e Penna (1990), mas analisando a construção destes conceitos via computador, por acreditar ser viável, tanto a funcionalidade desta contextualização quanto, o desenvolvimento de conceitos musicais pelos alunos.

Nesse sentido, seguindo as diretivas metodológicas da pesquisa empírica da educação musical (Bastian, 2000), propomos uma aplicação do uso do computador e de softwares no processo educativo musical.

Selecionamos um grupo de alunos, dentre as turmas do ensino fundamental, para serem observados e avaliados durante as sessões/aulas. Tal observação se deu por meio de filmagens, gravações, entrevistas, atividades pré-elaboradas e por meio da análise microgenética baseada nos estudos de Allessandrini (2004), Mantoan (1993), Wertsch & Hickmann (1987), Góes (1986) e Inhelder & Cellérier (1996).

A análise e a avaliação do processo de desenvolvimento musical dos sujeitos foram fundamentadas na teoria contemporânea da pedagogia musical de Swanwick (1991, 2003) e a construção de conceitos musicais, via softwares e o desenvolvimento da construção de conceitos musicais, foram fundamentados em Vigotsky (1998, 1991).

Assim sendo, algumas questões nortearam a proposta da pesquisa:

a) Como adequar ao contexto da musicalização escolar os resultados de pesquisas já realizadas que fundamentam a implementação do computador, de seus recursos multimidiáticos e softwares no ensino musical?

b) Quais seriam os recursos técnicos e pedagógicos, físicos e humanos, necessários para que tal implementação ocorra com sucesso no contexto escolar?

c) Quais seriam os softwares mais adequados para se utilizar no contexto da educação musical em escola pública de ensino básico?

d) Como se daria o desenvolvimento cognitivo e musical dos alunos participantes?

Partindo desta problematização, e do contexto acima justificado, objetivamos apontar a relevância social e cognitiva da integração do uso do computador, de seus recursos multimidiáticos e de softwares educativo-musicais no Ensino Musical Escolar, em escola de ensino básico que possui laboratório de informática instalado pelo PROINFO.

Acredita-se que o espaço dos laboratórios instalados nas escolas, com computadores e recursos multimidiáticos, somados aos softwares disponíveis e adequados, são recursos convenientes ao ensino de música na contemporaneidade, que “podem contribuir para a inclusão desta linguagem artística no ensino escolar”, como solicitam os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN-Arte II (Brasil, 1997b, p. 80).

Portanto, os resultados de pesquisas com esta abordagem podem proporcionar uma ampliação metodológica para o ensino da música no contexto escolar, de forma a cooperar com a atualização do ensino mediante a aproximação dos alunos ao computador e às músicas contemporâneas (Cunha & Martins, 1998). Acredita-se que tais subsídios possam integrar programas de formação continuada de professores, contribuindo para a atualização do conhecimento concernente ao uso do computador, dos recursos multimidiáticos e softwares no processo de ensino-aprendizagem musical.

Conceitualização da Informática Educativa Musical

O estudo em Informática Educativa Musical, por ser uma área recente, ainda não tem sua caracterização totalmente definida. A produção de conhecimento nesta área se dá pela integração interdisciplinar entre áreas de conhecimentos relacionadas, que sustentam a conceitualização desta área nos moldes da caracterização da área da educação musical.

Ao tratar do status epistemológico da educação musical e de sua delimitação como área de conhecimento, Del Ben (2001) afirma que é preciso chegar a um acordo acerca dos vários saberes que investigam o fenômeno educativo-musical. A autora considera a “educação musical como uma área de intersecção entre duas áreas” (Del Ben, 2001, p. 71) onde a educação musical, “por ocupar-se das relações entre as pessoas e as músicas, divide seu objeto com as chamadas ciências humanas, como a pedagogia e musicologia”.

Nesta perspectiva, o uso de aportes tecnológicos no ensino de música no contexto escolar deve ser pensado inicialmente sobre a origem histórica e caracterização desta nova prática, por duas vias. A primeira via se refere à chegada da informática ou do computador no ensino básico e suas implicações pedagógicas (Almeida, 1987; Almeida, 2000; Valente, 1996). A segunda via é relativa às novas estéticas musicais advindas do uso do computador na produção musical eletroacústica (Almeida, 1997), eletrônica (Assef, 2003) e ao novo tratamento que se dá à música em geral, com gravações - restaurações e armazenamento digital de arquivos sonoro-musicais (UNESCO, 2003; Alves, 2002).

Estas áreas de conhecimento têm-se desenvolvido paralelamente com estruturas próprias que as fundamentam. No entanto, estas vias vão se cruzar dando origem ao que chamamos de Informática Educativa Musical (Cunha & Martins, 1998; Martins, 1994; Krüger, 2000). Deste modo, a caracterização do que seja a informática no ensino da música passa pela educação musical, pela informática educativa e pela música computacional. Isto pode ser mais bem compreendido por meio da seguinte soma ilustrativa:

Educação + Música = Educação Musical

Educação + Informática = Informática Educativa

Informática + Música = Música Computacional

Educação Musical + Informática Educativa + Música Computacional = INFORMÁTICA EDUCATIVA MUSICAL

Verifica-se, desta forma, a complexidade do tema proposto no estudo empreendido, no qual se faz necessário compreender as relações existentes entre a Educação Musical com Informática Educativa e Música Computacional. Estas áreas de conhecimento são integrativas e seus estudos tendem a promover avanços na medida em que se desenvolve uma consciência de que mudanças tecnológicas, culturais e pedagógicas estão interligadas.

Concernente a tais estudos no Brasil, o Congresso de Música e Informática Brasileiro (CMIB)[3] é um dos eventos nacionais que vem divulgando pesquisas voltadas para o uso de ferramentas computacionais na música. Há, também, o interesse crescente dos educadores musicais, preocupados com esta nova realidade (Gohn, 2003; Caesar, 1999; Braga, 1995). Porém, poucas pesquisas têm procurado transpor os resultados desses estudos para a iniciação musical e para o ensino escolar, o que se acredita ser importante e viável. O que proporcionaria a inclusão digital-musical de uma maior parcela da população estudantil.

No Brasil a relevância do conhecimento musical na formação do cidadão é referendada pela LDB/1996 e PCN, tanto no aspecto dos conteúdos da linguagem musical quanto das relações interdisciplinares. Os documentos oficiais para a educação, que abordam a educação musical no Brasil, ratificam a integração do ensino de música com a informática, fundamentados na “interdisciplinaridade, contextualização, desenvolvimento de competências” (Brasil, 1997a, p. 51, 81) e na “utilização didático-pedagógica do computador e de seus periféricos” (Brasil, 1997b, p. 146-154).

Recursos Computacionais e Ensino de Música

Relativo aos softwares pesquisados e implementados, pôde-se examinar uma enorme quantidade de softwares que servem às várias fases de um processo pedagógico musical nos chamados freeware e shareware (Ferrari, 2003). O uso Legal destes softwares é amparado por lei desde que os mesmos não sejam utilizados com fins comerciais e não fira as cláusulas legais[4] (Ferrari, 2003).

Nesse sentido, ao se utilizar de vários destes softwares, dentro das possibilidades legais, é possível montar um setup de produção musical com fins pedagógicos. Catalogar e analisar estes softwares, sob perspectiva pedagógica e criar um setup específico para a pesquisa, configurou a necessidade de se optar por uma postura criativa de ensino musical, através da qual pudemos realizar gravações, criação de melodias, combinação de ritmos e sons pré-gravados, e re-arranjar pequenas músicas em formato midi.

Antes de tudo, ao situar as principais necessidades que podem ser supridas pelo computador no ensino de música, a primeira seria a de encontrar um repertório grande e variado de músicas pré-gravadas. Arquivos musicais no formato Midi (Musical Interface for Digital Instruments) e correlatos (formatos tipo karaokê, com sufixo “.kar”, “.mus” e “.st3”) e o uso de música comprimida no formato MP3. Estes arquivos podem ser capturados na internet, comprados em bancas de jornal junto com revistas especializadas, ou, no caso dos MP3, ripados a partir de faixas de áudio de CDs comerciais ou de outras fontes (fitas, discos, rádio). É bom lembrar que nestes casos os trechos selecionados não devem exceder a duração de 30 segundos com o objetivo de não infringir o direito autoral da peça copiada.

Para o trabalho com MIDI ou a gravação de sons no computador, pode-se utilizar recursos do próprio sistema operacional, como o gravador de sons do Windows ou o Quicktime do Macintosh.

Após ter acesso aos arquivos musicais, a próxima necessidade seria a de modificar e/ou re-arranjar estes trechos sonoros. Os arquivos musicais gravados em computador podem ser modificados, a qualquer tempo, em suas características de instrumentação, tonalidade e andamento. Com um pouco de paciência e dedicação diária é possível trabalhar e se divertir bastante, modificando sons e seqüências musicais inteiras no computador com programas de custo reduzido ou ainda com softwares livres.

A maioria dos programas de edição musical baseia-se em interfaces gráficas cheias de botões coloridos que simulam mesas de som e pistas de gravação. Todos dão suporte as operações tipo ‘arrastar’ e ‘soltar’ com o mouse, e os manuais e tutoriais costumam ser completos.

A última necessidade é a de se transportar os arquivos. Todos os arquivos podem ser gravados em disquete e transferidos para qualquer máquina que tenha os mesmos programas instalados e, evidentemente, uma placa de som e monitores. Isso é particularmente válido para os arquivos em MIDI, que ocupam em média 50 Kb, permitindo que num mesmo disquete haja uma coleção de músicas. A dificuldade de se trabalhar com áudio de uma faixa de CD em estéreo, que costuma ocupar mais de 60 MB, o equivalente a uns 40 disquetes, é superada ao se optar por mídias removíveis tipo, Pen Driver, Zip Driver ou mesmo com CDs graváveis. Mas, o ideal é apelar para o formato MP3, que encolhe o tamanho dos arquivos em uma fração de cerca de onze vezes o tamanho original, e enviá-los pela internet para a máquina que desejar.

Outras possibilidades, no contexto do uso do computador na educação musical, é o trabalho de ensino musical via web, com a criação de páginas, de bloggers ou mesmo um grupo de discussões, nos quais é possível compartilhar dados, arquivos, informações, realizar discussões, conversas on-line em tempo real e receber e enviar dados criados pelos alunos. Nesse sentido, para trabalhar com áudio comprimido essas necessidades são reduzidas sem perda expressiva de qualidade, o que explica a popularidade recente e crescente de tais formatos. Para trabalhar com MIDI, os requisitos de memória e processamento da máquina são ínfimos.

Desta forma alguns autores (Alves, 2002; Almeida, 1997; Gohn, 2003; Miletto, 2004) procuram esclarecer, de forma prática e sucinta, uma lista de conceitos e habilidades, divididas por tópicos, que podem ter grande valia para o professor que deseja explorar as possibilidades tecnológicas no seu trabalho em sala de aula. Estes autores abordam cada uma das possibilidades do desenvolvimento do conhecimento em música.

Usando Softwares na Educação Musical

Fritsch (2003) realiza uma sucinta discussão sobre como aplicar diversos tipos de softwares no ensino de música. Nesse sentido, destacam-se os conceitos básicos, os tipos de softwares atualmente disponíveis e também as possibilidades metodológicas.

Um princípio básico é que qualquer programa pode ser considerado como educacional, desde que seja contextualizado no processo de ensino e aprendizagem, o que leva o autor a afirmar que o tipo de software traz consigo pressupostos psicopedagógicos (Fritsch, 2003).

A partir deste princípio o professor deve ser capaz de prever ações dos aprendizes e propor a utilização destas ferramentas para a resolução de problemas musicais.

Nesse sentido, duas grandes categorias são observadas. Em primeiro lugar estão os softwares de aprendizagem dirigida ao desenvolvimento de uma competência especifica, como, por exemplo, percepção musical. Em segundo lugar, estão os softwares que propiciam um amplo desenvolvimento cognitivo musical.

A taxonomia proposta por Fritsch (2003), para programas educacionais se divide em: a) aprendizagem de habilidades específicas como: Tutoriais, Exercício-Prático, Demonstração, Jogos e Simulação, Sistemas Especialistas; b) Aprendizagem de habilidades cognitivas amplas como: Micro-mundos, Sistemas de Autoria, Jogos Educacionais, Laboratórios Virtuais.

Além destas formas apresentadas por Fritsch (2003) há a possibilidade de se utilizar vários softwares para montagem de um setup completo, no sentido de se obter diversas possibilidades de manipulação sonora. Destacamos diferentemente o contexto da integração de diversos softwares que levam ao desenvolvimento de processos completos dentro da proposta de ensino musical.

Com base nestas classificações alguns pressupostos para o uso do computador na educação musical podem ser elencados. Seja qual for o tipo de software criado para uso em educação musical é importante que sejam observados pressupostos pedagógicos coerentes com os objetivos educativos do contexto e, principalmente, que propicie o desenvolvimento musical de forma mais abrangente possível. De acordo com Krüger (2000), o desenvolvimento e uso de softwares deve ser fundamentado em métodos de apresentação, aplicação de conceitos e avaliação dos resultados.

O uso do software educacional solicita estratégias peculiares para definição do conteúdo, com base na identificação do público-alvo, na aplicação e no currículo de ensino adequado ao usuário, principalmente em termos do conhecimento formal musical que ele possui, e, também, na forma de apresentação do conteúdo, levando em conta teorias de ensino/aprendizagem reconhecidas da Educação Musical e da Psicologia Cognitiva da Música (Miletto, 2004).

Segundo Miletto a utilização de computadores na educação, em particular na Educação Musical, possui duas premissas. Inicialmente, os programas de computador devem ser vistos como mais uma possibilidade para auxiliar o professor na prática do ensino, pois não se pretende substituir o professor. E em segundo lugar, o professor decide as formas mais adequadas de utilização de ferramentas computacionais para enriquecer o ambiente de aprendizagem.

Nesse sentido, podemos observar três níveis de utilização de software na educação musical: a) primeiro, o uso de software musical em geral (editores de partituras, seqüenciadores), como ferramenta educativa, embora não tenha sido criado especificamente com este objetivo; b) segundo, o uso de software especificamente educativo-musical (treinamento auditivo, tutores teórico-musicais), criado especificamente para educação musical; c) terceiro, a montagem de setup de softwares que juntos formam um ambiente completo de produção e aprendizado musical amplo: perceptivo-conceitual-criativo.

Destacam-se entre os softwares musicais utilizados no ensino musical os tipos básicos pesquisados por Fritsch (2003). Além destes citados acima se destacam os softwares para instrução musical, que em geral são programas utilizados para o estudo de teoria e percepção ou para o auxílio ao aprendizado de um instrumento musical. Ao contrário de outras categorias de software musical, como seqüenciadores e gravadores digitais, os programas de instrução são desenvolvidos exclusivamente para quem deseja utilizar o computador para aprender sobre determinada área da música. Nesta categoria de software, também, estão incluídos os CD-ROM multimídia e Websites sobre história da música e biografia de compositores.

Criando um Setup de Softwares para o Ensino Musical

A montagem de um setup de softwares se configura como o ideal na proposta da musicalização via informática, já que somente um software não contempla todas as necessidades do modelo de ensino proposto por Keith Swanwick (1991, 2003) - audição, criação, interpretação-, que considera toda a extensão do processo de desenvolvimento musical.

Conforme já citado, determinados softwares, categorizados em funções diferenciadas, são organizados em taxonomia específica, como, por exemplo: softwares para acompanhamento, edição de partituras, gravação de áudio, instrução musical, seqüenciamento musical e síntese sonora. Utilizando pelo menos um software que contempla cada uma destas funções, o aluno tem a possibilidade de criar suas próprias melodias e desenvolver sua habilidade de pesquisar novos sons. Ao criar um catálogo de novos sons ele poderá organizá-lo com base em técnicas de composição e princípios estéticos (oficina de sons eletrônicos, por exemplo).

Nas figuras abaixo são apresentados alguns softwares, cujas características são evidenciadas para atender as necessidades de determinadas atividades e conteúdos do processo de ensino musical. Acredita-se que estes recursos sejam adequados, também, ao ensino musical escolar, pois são facilmente encontrados na web e podem ser utilizados de forma complementar em determinados momentos da prática pedagógica.

Vale salientar que com o desenvolvimento e divulgação dos softwares livres, o professor sempre terá ao seu dispor novas ferramentas para trabalhar com a abordagem de ensino musical via aportes multimidiáticos.

De acordo com a proposta de um setup de softwares pedagógico-musicais, apresentamos, a seguir, alguns exemplos de softwares em ordem pedagógica de uso no aprendizado musical e que podem ser utilizados pelos alunos para exercitar o contato com conceitos musicais:

a) Software para Experimentação Sonora e Contato com as Notas Musicais:

O software Ringtone-Composer é um executável que apresenta uma interface muito clara (figura 1), com três oitavas para improvisação, podendo escolher-se o timbre a ser utilizado. Usando o mouse o aluno pode improvisar nas notas e gravar sua desempenho em tempo real. Ao passar o mouse pelas notas elas mudam de cor, isto facilita a aprendizagem da relação entre o som ouvido e a nota equivalente no teclado. Neste software é possível de trabalhar conceitos relacionados à altura do som. Este software é freeware e não apresenta limitações técnicas ou legais para uso pedagógico.

FIGURA 1 – Software Ringtone-composer/Epinoisis Software 2004 - © All Rights Reserved.

b) Improvisação e Arranjo:

Segundo Ficheman (2003) no software Editor Musical (figura 2) o usuário é convidado a experimentar a improvisação, a composição e o arranjo de forma bem simples. Pode-se escolher de um a três instrumentos musicais e compor uma melodia colocando notas na grade por meio do mouse. A figura 2 mostra a tela de Composição Individual. O usuário utiliza as ferramentas que se encontram do lado esquerdo da tela para compor música na grade. A grade corresponde às pautas, sendo que o sentido horizontal representa a linha do tempo e o sentido vertical as alturas das notas em uma escala específica. A grade pode rolar para a direita e tem um tamanho que pode ser aumentado por meio de um comando de menu. A adoção desta notação simplificada permite que iniciantes na aprendizagem musical possam experimentar notas e instrumentos musicais, construir conceitos de timbre, altura e duração dos sons, além de uma concepção básica de arranjo instrumental.

FIGURA 2 - Editor Musical (Ficheman, 2003) - © All Rights Reserved.

c) Edição de Partituras, Criação de Melodias e Karaokê:

O software Melody Assistant é um editor de partituras (figura 3) que possibilita o trabalho com a grafia tradicional e apresenta o recurso de ouvir arquivos Midi com maior qualidade timbrística. Ainda é possível inserir facilmente a letra na melodia e ouvi-la sendo cantada em diversos idiomas por meio do plug-in Virtual Singer”. Este software shareware não possui limitações técnicas ou legais que impeça a utilização pedagógica.

FIGURA 3 – Software Melody Assistant com Virtual Singer / Myriad 2004 - © All Rights Reserved.

d) Arranjo, Mixagem e Seqüenciamento:

Por meio do software Acid-pro (figura 4), os arquivos gravados pelos alunos, ou samples, podem ser organizados, re-arranjados, modificados, cortados, copiados, colados, enfim manipulados livremente pelos alunos. Neste momento, o aluno trabalha a criatividade na organização harmônica e polifônica e na estruturação formal da música como um todo. Este software pode ser utilizado como mixer, seqüenciador e arranjador.

FIGURA 4 – Software seqüenciador Acid-pro - © All Rights Reserved.

e) Arranjador de Estilos:

O programa Band-in-a-box (figura 5) facilita a compreensão do encadeamento harmônico e da estrutura de estilos na composição de arranjos em música popular e/ou jazz. Possui várias possibilidades de visualização em cifra, partitura (grafia tradicional) e tablatura.

FIGURA 5 – Software Seqüenciador e Arranjador Band-in-a-box - © All Rights Reserved.

f) Teoria Musical:

A figura 6 mostra a interface inicial do software - Jogos Musicais-, que está disponível em forma de demonstração via internet, mas que também é vendido em CD-ROM. Suas características são adequadas para vivências de aspectos teóricos, pois apresenta quatro jogos, por meio dos quais é possível vivenciar o contato com os conceitos da grafia tradicional: pauta de cinco linhas, claves, as figuras e suas leituras rítmicas e melódicas correspondentes.

FIGURA 6 – Jogos Musicais: trabalham conteúdo teórico por meio da memorização de seqüências rítmicas, intervalares, perguntas e repostas (Clemente, 2005) - © All Rights Reserved.

f) Percepção Musical:

O programa Ear Master (figura 7) é um exemplo de software pago. No entanto, ele também é publicado como shareware, ou seja, um programa que possui limitações até que o usuário compre a senha. Após este processo o programa apresenta dez interfaces diferentes para prática de percepção de intervalos, acordes, escalas, ditado e leitura rítmica e melódica.

FIGURA 7: Software Ear Máster Pró - Tutor para percepção musical - © All Rights Reserved.

g) Instrumento Musical:

Alguns tutoriais apresentam formas de contato com aspectos da aprendizagem de instrumento. No caso do software freeware Recorder Digits (figura 8), que se propõe ao ensino de flauta doce, é possível facilmente verificar as posições do dedilhado das escalas maiores e menores nas diferentes flautas (soprano, contralto, tenor e baixo).

FIGURA 8: Software Recorder Digits Fingerings For Recorder - Tutor para

aprendizagem do instrumento flauta doce - © All Rights Reserved.

Os softwares citados acima exemplificam possibilidades variadas de contato com sons e músicas. Assim, é possível optar por uma postura criativa de ensino musical, realizando gravações, criação de melodias, combinação de ritmos e sons pré-gravados, e re-arranjo de trechos musicais e motivos melódicos. Ainda é possível ter alguns programas como reforço para a aprendizagem da teoria musical, leitura musical e aprendizagem de instrumento, como no caso deste último para flauta doce.

Pelo exposto acima, pôde-se verificar exemplos de uma enorme quantidade de softwares[5] que servem às várias fases de uma produção musical e etapas do ensino de música.

Deste modo, acredita-se que a proposta de ensino musical via aportes computacionais deva levar em consideração as etapas de desenvolvimento musical descritas pela pedagogia do desenvolvimento musical (Swanwick, 2003). Esta proposta, também, deve levar em consideração o desenvolvimento relativo ao uso da informática no processo de criação e manipulação musical e a inclusão da informática no ensino básico, deste modo fazendo referência, também, às propostas construtivistas de ensino.

A Interface Educativo-Musical do Software Mega LOGO

Apresentamos a seguir a interface de um software que se faz presente nos computadores instalados pelo PROINFO nas escolas públicas de ensino básico, estaduais e municipais, de Goiânia/Goiás, útil ao desenvolvimento de atividades pedagógico-musicais. Esta interface musical acompanha o software Mega LOGO, que é um software da linha LOGO (Mantoan, 1993) caracterizado por propiciar uma ampla relação com elementos musicais e por ser um ambiente de construção musical, no qual o aluno constrói as melodias a partir de sua audição, ou seja, tendo por princípio o elemento essencial para o desenvolvimento musical – a escuta.

A figura nove mostra as possibilidades de relação que o aluno tem com os elementos da grafia musical, com as figuras musicais, a escolha de timbres diferenciados, a pauta de cinco linhas e um teclado musical com quatro oitavas, por meio do qual é possível inserir as figuras no pentagrama.

Este foi um dos softwares utilizados no experimento empreendido junto aos discentes do ensino fundamental do colégio estadual de Goiânia/Goiás. Por meio do uso deste programa (Figura 9) propomos a analisar a construção de conceitos musicais e o desenvolvimento do conhecimento em música. A análise empreendida buscou referências nos estudos desenvolvidos por Mantoan (1994) que analisa o desenvolvimento de conceitos por meio do uso de softwares da linha LOGO[6].

FIGURA 9 - Interface Musical do Software Mega LOGO - © All Rights Reserved.

Por meio da mediação pedagógica e uso deste software os alunos tiveram a oportunidade de escrever em grupos, e de forma autônoma, as melodias das canções folclóricas que o professor propôs para cantarem e solfejarem. Estas aulas foram filmadas e ficou constatado que diante do software os aprendizes desenvolvem os conceitos musicais de altura do som (melodia), duração (ritmo), timbre (instrumentação) e forma (frase e membro de frase).

Nesse sentido, foi possível constatar a gênese da construção de conceitos musicais (Vigotsky 1998, 1991). Neste caso, a construção destes conhecimentos se deu por meio do uso das ferramentas computacionais e multimidiáticas.

No final do semestre o professor pesquisador fez uma entrevista filmada com os participantes e constatou que todos internalizaram as palavras que identificam os conceitos já citados, juntamente com as figuras próprias da escrita musical e os seus significados. Isto foi confirmado porque os alunos passaram a reaplicar estes conceitos em situações musicais e sociais diversas. Demonstrando, desta forma, o desenvolvimento de uma aprendizagem mediada pelo software.

Possibilidades e Novas Buscas

Verificou-se, por meio do estudo empreendido, a relevância e viabilidade do uso da informática no ensino musical dentro do contexto da escola de ensino básico, tanto sob aspectos técnicos quanto didático-pedagógicos, tendo por base as temáticas da contextualização – aprendizagem significativa, integração interdisciplinar e desenvolvimento de competências numa aprendizagem mediada e por descobertas, onde os alunos desenvolvem a percepção auditiva e assimilam os conceitos musicais.

Por meio do estudo realizado com os alunos da escola educação básica em Goiânia, foi possível verificar não somente a construção do conhecimento musical por parte dos alunos participantes, mas também, o desenvolvimento da sociabilidade e capacidade criativa e crítica com relação à música - em sua estrutura sonora e em seu significado. Estes resultados foram constatados nos vídeos gravados junto aos alunos participantes e junto à comunidade escolar - por meio da verificação da mudança de atitude dos alunos com relação à escola, professores, colegas e à música.

A oficina de inclusão musical-digital oferecida aos alunos alcançou os seus objetivos e confirmou a hipótese de que os laboratórios instalados nas escolas públicas de educação básica são espaços nos quais é possível desenvolver o potencial criador musical e social dos alunos da rede pública de ensino básico.

Acredita-se que os avanços tecnológicos devem estar disponíveis na educação musical como um todo, não apenas em seus níveis mais avançados, mas em qualquer processo criativo sonoro-musical de experimentações estético-musicais.

Cabe ressaltar que um ambiente computacional voltado à experimentação musical pode favorecer a atuação dos educandos iniciantes em música ou em informática, lhes possibilitando conceber e executar suas criações musicais numa situação autônoma de tomada de decisões e rica em possibilidades de concretização de idéias, sempre aberta a novas incursões. Acredita-se que é preciso manter sempre um princípio que garanta a criação, exploração, experimentação e a compreensão do processo pelo aprendiz.

Atualmente há uma variedade de aplicativos computacionais que podem ser utilizados tanto em pesquisas quanto em propostas educacionais na área musical (UNESCO, 2003; Pereira, 2006).

A sociedade atual passa por contínuos processos de mudança e o ensino de música não pode fechar os olhos para o desenvolvimento cultural e tecnológico. Considerar estas novas aberturas se torna imperativo para que a educação musical concretize seus objetivos procurando corresponder aos anseios contemporâneos.

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Notas:

[1] EMAC/UFG- Mestre em Educação Musical pela Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás (EMAC-UFG). Licenciado em música atua na rede estadual de ensino básico. Professor substituto no curso de licenciatura em música da EMAC-UFG. Bolsista do curso de licenciatura em Teatro na modalidade à distância da EMAC-UFG. Pesquisa educação musical, novas tecnologias, interdisciplinaridade e EAD. Aluno especial do programa de doutorado em educação da UFG. SEED-GO.

[2] Seguem-se as orientações curriculares nacionais para o ensino das artes na escola de ensino básico (PCN-Arte II; BRASIL, 1997a) que definem o termo Arte (em maiúsculo) caracterizando a área de conhecimento como um todo e não apenas uma linguagem específica. Na escola de ensino básico, há a possibilidade de se ter uma ou várias das quatro linguagens artísticas preconizadas pelos PCN, que no caso contemplaria as necessidades inerentes ao desenvolvimento de conteúdos relacionados ao conhecimento artístico. As linguagens são: Música, Dança, Teatro ou Artes Plásticas.

[3] Além do CMIB há ainda o SBCM – Simpósio brasileiro de computação e música; e o SBIE – Simpósio Brasileira informática na educação.

[4] Os softwares freeware, shareware, demo, trial, entre outros, são softwares exemplos, disponibilizados pelos fabricantes com limitações técnicas que restringem sua utilização no nível profissional, mas que não impedem sua utilização parcial, desde que sejam respeitadas a formas de uso (Ferrari, 2003). Um procedimento ilegal que ocorre, por parte dos usuários comuns, é o de se conseguir uma senha ‘falsa’ para os programas – o que faria o software funcionar de forma completa sem se pagar pela senha adquirida. Não propomos tal procedimento, pois o mesmo é ilegal. O que propomos é utilizar vários programas sem o uso de senhas, pois o objetivo de suas utilizações é apenas pedagógico e contextualizado ao processo pedagógico musical.

[5] Apresentamos os endereços eletrônicos dos fabricantes e/ou locais para acesso aos softwares apresentados no artigo (sites acessados em 28/12/2006):

Figura 1 - Rigtone-Composer - http://www.ringophone.com/ringtone-composer.asp?tab=4&type=freebies

Figura 2 - Editor Musical - http://www.edumusical.org.br/siteprof/editor/DownloadEditorMusical.html

Figura 3 - Melody Assistant - http://www.myriad-online.com/en/products/melody.htm

Figura 4 - Acid-pro - http://baixaki.ig.com.br/site/detail2577.htm

Figura 5 - Band-in-a-box - http://64.40.99.154/demos/demo_pt.php

Figura 6 - Jogos Musicais - http://64.40.99.154/demos/demo_pt.php

Figura 7 - Ear Máster - http://www.earmaster.com/

Figura 8 - Recorder Digits - http://baixaki.ig.com.br/download/Recorder-Digits.htm

Figura 9 - MegaLogo (Imagine) - http://www.imagine.etc.br/imagine/download.htm

[6] Outro software compatível como o LOGO e disponibilizado gratuitamente na versão shareware é o IMAGINE. Veja o site: http://www.imagine.etc.br/imagine/logo.htm (Acesso em 08/09/2006).

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