Apresentação da editoria de Livros Comentados
Abrimos nossa
editoria com o livro organizado por uma das madrinhas da Art&, Ana
Mae Barbosa, que nos presenteia com o livro Ensino
da Arte – Memória e História, uma obra de referência histórica, teórica
e política do período de 1930-1948.
Brinquedos e Brincadeiras – Patrimônio Cultural
da Humanidade é um livro que fala sobre um projeto de resgate e construção
do patrimônio cultural do país, por Regina Márcia Moura Tavares.
A Escrita da Dança conta sobre a interessante
arte de fazer a escrita da dança e da importância dessa arte para a memória,
a divulgação da dança e também enquanto profissão, é o
livro é de Ana Lígia Trindade.
Mão
na Lata e Berro D’Água, organizado por Tatina Altberg, é um livro
de fotografia pinhole, feito coletivamente pelos alunos de uma oficina,
que retrata as imagens por ele idealizadas para o romance A Morte e a
Morte de Quincas Berro D’água na Salvador de Jorge Amado.
No livro
O Teatro de Jose de Anchieta - Arte
e Pedagogia no Brasil Colônia de Paulo Romualdo Hernandes, o leitor
terá a oportunidade de encontrar o menino José de Anchieta em um texto
teatral. Aos educadores que gostam de cinema e como dizem os organizadores
do livro, Inês Assunção de Castro Teixeira e José de Souza Miguel, que
desejam fecundar em nossas crianças e jovens a fruição da experiência
estética indicamos o livro A Escola
Vai ao Cinema.
Editoras
Responsáveis - Profª.
Gisele Torres Martini e Profª.
Drª. Martha Maria Prata-Linhares
Ensino
da Arte - Memória e História
Ana
Mae Barbosa (Org.)
Perspectiva,
2008
368 páginas
Num
percurso que vinha do aprofundamento de pesquisa universitária referente
à década de 1990, no seguimento de debates que tensionavam modernismo
e pós-modernismo em arte/educação, Ana Mae Barbosa percebeu
a inexistência de trabalhos sobre o intervalo 1930-1948 e elencou uma
série de estudos para lançar luzes sobre esse período de construção de
ideais e metodologias modernistas.
É
uma obra de referência histórica, teórica e política para a compreensão
dessa trajetória peculiar. O livro é um convite à descoberta de um período
pouco conhecido e que a um país tão sem memória é mister desvelar. Nele,
figuram o movimento Escola Nova, os combates e a resistência contra duas
ditaduras e seus impactos; bem como o envolvimento de grandes protagonistas
do modernismo, caso de Mario de Andrade, Anita Malfatti e Theodoro Braga;
e, ainda, a presença de pioneiros da arte/educação no âmbito da prática.
O
livro conta com ensaios de: Ana Mae Barbosa, Erinaldo
Alves do Nascimento, Roberta Maira de Melo Araújo, Fernanda Pereira da
Cunha, Patrícia de Paula
Pereira, Rejane Galvão Coutinho, Rita Luciana Berti Bredariolli,
Fernando Antônio Gonçalves de Azevedo, Vicente Vitoriano Marques Carvalho,
Ilsa Kawall Leal Ferreira, Ivone Mendes Richter e Maria Christina de Souza
Lima Rizzi. (Texto da sinopse do convite de lançamento do livro)
Brinquedos
e Brincadeiras – Patrimônio Cultural da humanidade
Regina Márcia
Moura Tavares
Editora Pontes,
2004
109 páginas
Esse
é mais do que um livro, na verdade, trata-se de um projeto, por meio do
qual a autora propõem que nossos brinquedos e brincadeiras sejam preservados
como patrimônio tangível e intangível posto que as memórias produzidas
por eles é que traduzem a identidade e cidadania do povo brasileiro. Em
1990 lhe foi outorgado o selo “Década Cultural Mundial” e sugerido que,
o programa apontado pela obra fosse estendido à toda a América Latina
para estímulo à criatividade das crianças. Há também um fascículo da mesma
autora, vendido separadamente aos interessados, que complementa a obra
e trata de aspectos da trajetória, metodologias e documentos produzidos
em simpósios nacionais e internacionais do projeto Brinquedos e Brincadeiras.
A Escrita da Dança
Ana Lígia
Trindade
Editora Ulbra,
2008
Apresentamos
o livro A Escrita da Dança de
Ana Lígia Trindade.
A
autora analisa a notação do movimento e revisa o histórico de notação
coreográfica teoricamente. Essa é mais uma possibilidade que se abre no
campo da dança: a do “notador(a)” das companhias.
Da
mesma maneira que na música há as pautas musicais, que registram todas
as nuances da música, na dança temos uma notação, que o livro afirma ser
essencial para a preservação da memória e também para divulgar essa arte
do movimento.
Ana
Lígia fez um trabalho de pós-graduação sobre o assunto e, daí, originou-se
o livro, pela extensão e importância do conteúdo registrado pelo trabalho.
A obra apresenta um tema que poderá ser explorado servindo como prelúdio
para a elaboração de manuais específicos de formulários de Labanotation,
Benesh Movement Notation ou Sutton Movement Shorthand. Também servirá
para investigação e indagações acerca do desenvolvimento da profissão
de “notador” ou “coreólogo” no país. Introduz a linguagem de notação
do movimento, incluindo sua história e algumas considerações sobre o surgimento
do termo, sua conceituação e aplicação, e sobre a profissão.
Mão na Lata e Berro D’água
Tatiana Altberg
(org.)
Editora Nova
Fronteira, 2006
112 páginas
Esse
é um livro sobre fotografia, mas não sobre qualquer fotografia. Os alunos
de pinhole da oficina de fotografia da Maré - Amanda de Paiva Figueiredo,
Angélica Paulo da Silva, Deyvid Ferreira Rocha da Silva, Fagner Santiago
França, Felipe Oliveira de Lima e Renato Rosa Nascimento - reproduzem
no livro 'Mão na lata e Berro D'Água', as paisagens baianas retratadas
por Jorge Amado no seu “A morte e a morte de Quincas Berro D’água”.
O
livro é como uma viagem imagética: numa semana o grupo andou nas ruas
de Salvador com latas na mão, procurando registrar o seu olhar sobre a
obra e as impressões de Jorge Amado. O resultado é o livro, editado por
Tatiana Altberg, a coordenadora da oficina. Na introdução os alunos recontam
a história e juntos, editam imagens e comentários. O resultado é um belo
exercício de criação e autoria coletiva, e a prova da importância que
a arte-educação voltada com olhos sensíveis para a realidade pode transformar
as vidas e os sonhos dos nossos jovens.
O Teatro
de Jose de Anchieta - Arte e Pedagogia no Brasil Colônia
Paulo Rumualdo
Hernandes
Átomo e Alínea
editora, 2008
119 páginas
O livro O Teatro de José de Anchieta, é resultado
da pesquisa de doutorado de Paulo Hernandes. O autor mostra - nos
José de Anchieta ainda menino em sua ilha natal no Atlântico, depois estudante
em Coimbra e como um jovem irmão a bordo das naves que o conduziram para
uma terra desconhecida.
O
próprio Anchieta se apresenta em uma de suas cartas: ´Uma vez voltando
eu para Piratininga de certa povoação de portugueses, para onde a obediência
me fizera ir com outro irmão a ensinar a doutrina, encontrei uma cobra
enroscada no caminho; fazendo o sinal da cruz, bati-lhe com o bastão e
matei-a.
Pouco
depois começaram a sair outras do ventre materno: e sacudindo eu o cadáver,
apareceram outros filhos ainda, em número de onze, todos animados e já
perfeitos, exceto dois (...). Só descansamos em Jesus, Senhor nosso, que
é o único que pode fazer com que nenhum mal soframos, andando assim por
cima de serpentes´”.
Partindo
do manuscrito autógrafo, Paulo Hernandes confronta suas falas em tupi
com a tradução literal e reencena o texto trazendo personagens como Guaixará
e Aimbirê, personagens do mal e defensores dos maus costumes, Karaibebé,
personagem do bem e o vitorioso defensor dos bons costumes.
O texto é
reencenado de “forma admiravelmente teatral, sem deixar de lado, entretanto,
o cuidado do pesquisador sempre atento ao concerto de vozes acadêmicas
que vêm cercando, há séculos, José de Anchieta”.
A Escola Vai ao Cinema
Inês Assunção
de Castro Teixeira e
Josê de Sousa
Miguel (orgs)
224 páginas
“Este livro
nasce de nossos afetos, de nossas paixões, diríamos. Mas nasce também
de nossas preocupações, compromissos e de uma certa compreensão sobre
a Educação e os processos educativos.
A
Educação, a entendemos como uma complexa e delicada arte de tecer vidas
e identidades humanas, fazendo fruir as capacidades lógico-cognitivas,
estético-expressivas e ético-morais existentes, potencialmente, em cada
criança e em cada jovem.
Sabemos,
ainda, que os educadores também devem ser educados, desenvolvendo tais
capacidades e sensibilidades, para bem realizarem seu oficio e responsabilidade
histórica e social. E como fazer fruir a experiência estética e a sensibilidade
dos educadores, para que as fecundem em nossas crianças e jovens, sem
nos lembrarmos do cinema, aqui entendido como manifestação artística e
não somente como parte da indústria cultural?”
O livro
é dividido em três partes: Cenários e planos: preconceito, discriminação,
intolerância e escola; Imagens e enredos da escola, seus sujeitos e contextos:
crianças, jovens, professores e famílias. Adeus, meninos, O carteiro e
o poeta, Quanto tudo começa, Filhos do paraíso e Central do Brasil são
alguns dos filmes selecionados para serem analisados.
ISSN 1806-2962
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